
Goiás tem ampliado sua participação no Mercado Livre de Energia, modelo que permite a grandes consumidores contratar diretamente seus fornecedores de eletricidade. A iniciativa tem ganhado espaço pela possibilidade de redução de custos, previsibilidade de gastos e adoção de práticas sustentáveis.
Segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL), em março de 2024 o estado registrava 1.072 consumidores no mercado livre, equivalente a 31% do consumo estadual. A liberação de novas regras ampliou o público elegível: mais de 8 mil unidades, sendo 3,8 mil empresas, passaram a ter acesso ao modelo, com 321 já formalizando interesse de migração até aquele período.
Ainda que não haja atualização oficial recente específica para Goiás, a tendência segue em expansão. Em nível nacional, o mercado livre ultrapassou 60 mil unidades consumidoras em 2024, respondendo por 40% da demanda elétrica do país.
Empresas
Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam a goiana BC Energia como líder em migrações no estado. A empresa atende atualmente cerca de 210 consumidores que já migraram para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), além de outros 80 em processo de transição. A diferença para a segunda colocada no ranking estadual supera 10 pontos percentuais de participação.
Para Alessandro Cunha, CEO da BC Energia, o crescimento da empresa acompanha uma mudança estrutural no setor elétrico. “O consumidor goiano está mais atento às possibilidades de otimizar seus custos e, ao mesmo tempo, adotar práticas mais sustentáveis. O Mercado Livre oferece essa oportunidade, e nosso papel tem sido o de tornar esse caminho mais acessível e seguro para todos os perfis de negócio”, afirma.
Economia
A adesão ao mercado livre tem impacto direto na competitividade de empresas locais. A redução de custos com energia pode chegar a 30%, especialmente nos setores da indústria, agronegócio e serviços. A previsibilidade de gastos energéticos permite maior planejamento financeiro e operação estratégica.
Para consumidores de menor porte — especialmente os que utilizam energia em baixa tensão e têm fatura mensal acima de R$ 200 —, a principal alternativa tem sido a geração distribuída. Nesse modelo, os descontos na conta podem alcançar até 18%, sem necessidade de investimentos próprios.
A expectativa do setor é de que a ampliação das regras continue a impulsionar o número de adesões, com potencial de transformar o cenário energético do estado e atrair novos investimentos para a cadeia produtiva.