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Mulher diz que se feriu ao ser tirada à força de cama e empurrada por influencer João Neto

A mulher que denunciou por agressão o advogado e influenciador João Francisco de Assis Neto, 47, afirmou à Polícia Civil que sofreu ferimentos no queixo.

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A mulher que denunciou por agressão o advogado e influenciador João Francisco de Assis Neto, 47, afirmou à Polícia Civil que sofreu ferimentos no queixo após ser retirada à força da cama e empurrada por ele.

Segundo ela, a queda ocorreu enquanto João Neto tentava expulsá-la do apartamento após uma briga na segunda-feira (14), data em que o advogado foi preso em flagrante.

João Neto teve a prisão em flagrante convertida em preventiva (sem prazo) nesta terça-feira (15) e responderá por lesão corporal nos termos da Lei Maria da Penha, de acordo com a Polícia Civil.

A vítima, que tem 25 anos, disse que ambos estavam assistindo televisão e ela foi para o quarto descansar, momento em que a discussão começou. João Neto, segundo ela, disse: "Porra, eu aqui me fodendo e você não faz nada".

Ainda segundo o depoimento dela, João teria dito aos funcionários que trabalhavam na reforma do apartamento que eles "estavam de prova". Em seguida, o advogado teria começado a empurrá-la para fora da unidade, e os dois caíram no chão.

Vídeo publicado pela defesa do advogado mostra ele empurrando a companheira, que tenta se segurar em uma porta enquanto ele a puxa. Num dos puxões, ele solta o braço que ela apoiava na parede e ambos caem no chão em seguida. A mulher parece bater o rosto no piso. Ela fica caída por alguns segundos, mas o advogado a levanta e a leva para outro cômodo.

A defesa —feita pelos advogados Minghan Chen Lima Pedroza, Cícero Fernandes Mota Pedrosa e Vinicius Costa Guido Santos— reiterou que a queda se deu no momento em que João Neto tentava retirar a companheira do apartamento após insistir por bastante tempo para que ela saísse.

"Não houve qualquer ato de violência por parte do acusado. Trata-se de um episódio isolado, decorrente de um acidente em que ambas as partes caíram, sem conduta dolosa. Ressalte-se que, no momento, o piso do apartamento encontrava-se molhado em razão de limpeza, contribuindo diretamente para o ocorrido", diz nota enviada à imprensa.

O advogado relatou que, durante a discussão, disse à companheira que não tinha mais condições de continuar o relacionamento e pediu que ela se retirasse do imóvel, ao que ela respondeu que não sairia.

Ele informou que reiterou o pedido e a segurou pela barriga para levá-la para fora, mas, uma vez que o piso é liso, ambos caíram e ela bateu o queixo no chão. Em seguida, ele a levou para um hospital e estava retornando para buscá-la quando foi preso.

No depoimento, a mulher afirmou que já havia sido agredida por João Neto em outras ocasiões. Ela citou um incidente em outubro de 2024, no qual teria sido empurrada, batendo a cabeça na cama, além de ter sido segurada pelo pescoço. Ela foi atendida em um hospital de Maceió.

No questionário sobre as agressões, a vítima marcou que já havia sido ameaçada com arma de fogo e sido vítima de enforcamento, chute e empurrão. A mulher também marcou que se considerava dependente financeiramente dele e relatou que João Neto demonstraria ciúme excessivo e tentativas de controlar a vida dela.

João Neto afirmou aos policiais que nunca houve agressão física no relacionamento, exceto numa oportunidade em que ele teria sido vítima de um chute desferido pela companheira, fato que teria levado à separação do casal naquele momento. Eles reataram o relacionamento posteriormente. Ele relatou que possui stents no coração e toma 32 comprimidos por dia.

Um dos funcionários que prestava serviços no apartamento disse à polícia que estava trabalhando na área da varanda quando escutou João Neto mandar a companheira ir embora, mas que ela não quis sair. Em seguida, João Neto teria segurado a vítima pela cintura, e, já que ela estava descalça e o piso é liso, ela bateu o queixo no chão. O colaborador disse tê-la visto sangrando, e que o advogado a levou para o hospital.

À reportagem a delegada Ana Luiza Nogueira, coordenadora das DEAMs (Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher), disse que todos os vídeos corroboram o depoimento da vítima.

"Eles estavam juntos há dois anos, em união estável. Eram de Arapiraca e vieram para Maceió porque ele comprou um apartamento, que estava em reforma. Houve o cometimento de violência doméstica e familiar, e ela relata que ele já tinha esse comportamento agressivo, violento anteriormente", afirmou.

João Neto foi preso por agentes da Oplit (Operação Policial Litorânea Integrada), composta por policiais civis e militares, próximo ao hospital em que a vítima estava recebendo atendimento médico. Ele foi indiciado sob suspeita de lesão corporal.

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