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Laudo PPA (Purchase Price Allocation): qual sua importância?

Descubra o que é e para que serve o Laudo PPA em operações de combinações de negócios, além de descobrir quais empresas devem fazê-lo

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O universo das fusões e aquisições reúne diversos termos e conceitos específicos, como o Laudo PPA, sigla de Purchase Price Allocation ou Alocação do Preço de Compra.

Obrigatório por lei em determinados casos e associado diretamente ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis 15 (CPC 15), o laudo de avaliação PPA é um dos pilares para que uma compra e venda de negócios aconteça de modo transparente e confiável.

Isso porque diz respeito a uma estratégia na qual a empresa compradora aloca parte do valor pago pela transação em seu balanço patrimonial para obter benefícios fiscais e aumentar sua força de mercado.

Porém, existem regras e normas para a prática. Conheça quais são ao longo deste texto e descubra o que é o Laudo PPA e sua importância para sócios e executivos.

O que é o Laudo PPA (Purchase Price Allocation)?

O Laudo PPA é um procedimento contábil que aloca o valor pago a ativos e passivos tangíveis e intangíveis no balanço patrimonial da empresa compradora, como marcas, patentes e goodwill. Essa prática garante que o balanço da companhia adquirente se alinhe aos padrões contábeis internacionais, como IFRS e US GAAP.

  • IFRS (International Financial Reporting Standards): conjunto de normas contábeis internacionais que busca harmonizar a apresentação das demonstrações financeiras globalmente.
  • US GAAP (Generally Accepted Accounting Principles): princípios contábeis geralmente aceitos nos Estados Unidos que focam em padronizar as práticas contábeis no país.

Ou seja, o PPA, conforme definido pelo CPC 15, é indispensável em combinações de negócios, ou seja, em operações nas quais o comprador adquire o controle de uma ou mais empresas.

As combinações de negócios incluem fusões, aquisições e incorporações, mas excluem casos como aquisições de ativos sob a mesma gestão e joint ventures, já que não envolvem transferência de controle.

Qual o objetivo do Laudo PPA?

Os dois principais objetivos do Laudo PPA são alocar o preço pago para obter o controle de uma ou mais empresas e, ao mesmo tempo, se beneficiar do ágio da operação por rentabilidade futura (goodwill).

O ágio é o valor extra que um investidor paga conforme a expectativa da receita e lucratividade da companhia nos próximos anos.

Em outras palavras, a avaliação serve para calcular o valor que pode fazer parte do balanço patrimonial da marca adquirente.

É importante destacar que o Laudo PPA segue as normas do CPC 15 – Combinação de negócios, e da Norma Internacional de Contabilidade IFRS 3. Além das exigências fiscais estipuladas pela lei 12.973/14 e pela Instrução Normativa RFB 1.515/14 da Receita Federal do Brasil.

Qual a importância do Laudo PPA em M&A?

O Laudo PPA (Purchase Price Allocation) é uma peça fundamental para assegurar transparência e conformidade em processos de fusões e aquisições. Isso porque permite mensurar e alocar o valor justo dos ativos adquiridos, e garantir que investidores, acionistas e outras partes interessadas tenham uma visão clara e confiável da transação.

O documento é essencial para cumprir as normas contábeis brasileiras e internacionais, como o CPC 15 — equivalente ao IFRS 3 —, que regulamentam as combinações de negócios.

A seguir, entenda as principais razões para a relevância do Laudo PPA e seus impactos nas demonstrações financeiras de negócios de setores variados.

Relação entre PPA e CPC 15

O CPC 15 define as regras para contabilização de combinações de negócios, como fusões, aquisições e incorporações. O Laudo PPA é indispensável nesse processo, pois:

  • identifica adquirentes e adquiridos;
  • mensura os ativos e passivos pelo valor justo;
  • define o goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura);
  • garante a divulgação adequada nas demonstrações financeiras.

Impactos do Laudo PPA nas demonstrações financeiras

A Avaliação PPA influencia diretamente os registros contábeis e fiscais da empresa adquirente. Os principais efeitos incluem os elementos a seguir.

Balanço patrimonial

Os registros de ativos e passivos adquiridos acontecem pelo valor justo.

Já os ativos intangíveis, como marcas e patentes, se incorporam ao patrimônio e impactam o total de ativos.

Demonstração do Resultado

O goodwill e os ativos intangíveis geram despesas de amortização, que podem reduzir o lucro líquido e alterar o resultado operacional.

Fluxo de caixa

A amortização de intangíveis afeta o fluxo de caixa operacional, já que reduz o lucro tributável.

Notas explicativas

As normas exigem informações detalhadas sobre a transação, como métodos de mensuração, critérios adotados e suposições utilizadas.

Benefícios fiscais

Mais uma vantagem importante do Laudo PPA é a possibilidade de aproveitar benefícios fiscais, como:

  • depreciação de ativos tangíveis: reduz o lucro tributável e resulta em menor carga fiscal.
  • passivos adquiridos: a empresa pode contabilizá-los para abatimento nos lucros.

Conformidade com as normas contábeis

Além de ser obrigatório em combinações de negócios, o PPA promove:

  • credibilidade junto a investidores: ao detalhar os valores alocados e a lógica por trás da transação;
  • conformidade com normas contábeis: essenciais para auditorias e relatórios financeiros.

O Laudo PPA, portanto, vai além de um requisito legal. É uma ferramenta estratégica para dar transparência às transações e otimizar o desempenho fiscal e contábil da empresa adquirente.

Exemplo de Laudo PPA em fusões e aquisições

O Laudo PPA detalha como o valor pago em uma fusão ou aquisição de empresas no mercado se aloca entre ativos tangíveis, intangíveis e goodwill, conforme as diretrizes do CPC 15.

Para entender melhor o processo, veja um exemplo de Laudo PPA e seus elementos obrigatórios.

  1. Identificação de ativos e passivos adquiridos: mensuração pelo valor justo na data da aquisição, que engloba ativos tangíveis e intangíveis, como marcas, patentes e carteiras de clientes.
  2. Cálculo do goodwill: representa o montante pago além dos ativos identificáveis ao refletir a expectativa de benefícios econômicos futuros.
  3. Impacto no balanço patrimonial: incorporação de ativos adquiridos para reforçar o patrimônio e viabilizar benefícios fiscais, como a dedução de amortizações.

Exemplo prático de Laudo PPA

Imagine uma empresa adquirida por R$ 100 milhões, com R$ 25 milhões em ativos tangíveis.

No PPA, identificam-se R$ 10 milhões de marca e R$ 15 milhões de carteira de clientes, o que totaliza R$ 50 milhões em ativos incorporáveis ao balanço. Os outros R$ 50 milhões constituem o goodwill e a expectativa de ganhos futuros.

Logo, essa alocação fornece clareza sobre o valor da transação e otimiza a transparência fiscal e contábil.

Quais empresas precisam fazer o laudo de PPA?

O laudo de PPA é obrigatório para empresas que realizam combinações de negócios e estão sujeitas ao regime de tributação pelo Lucro Real. Nesse contexto, é essencial para a dedução do ágio gerado na operação.

Requisitos para o laudo:

  • Um perito independente ou consultor de valuation em M&A (fusões e aquisições) devem elaborar o documento;
  • A empresa deve protocolar a avaliação na Receita Federal ou registrá-la no Cartório de Registro de Títulos e Documentos até o último dia útil do 13º mês após a aquisição.

Conte com uma consultoria de fusões, aquisições e valuation experiente e renomada no mercado para tornar o processo mais transparente, seguro e justo para todos os envolvidos. Bons negócios!

Fonte: Capital Invest, uma das principais boutiques de M&A no Brasil, com quase 20 anos de experiência em assessoramento financeiro para avaliação, compra e venda de empresas.

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