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Menos alunos no ensino básico, avanço no tempo integral: o que mostra o Censo Escolar

O Brasil registrou uma queda no número de matrículas no ensino básico e na EJA (Educação de Jovens e Adultos), na rede pública.

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O Brasil registrou uma queda no número de matrículas no ensino básico e na EJA (Educação de Jovens e Adultos), na rede pública. Por outro lado, o país teve uma alta de alunos em creches, no ensino médio, na educação especial, no ensino integral e no profissional.

É o que mostra o perfil educacional no Brasil apresentado pelos dados do Censo Escolar 2024.

O levantamento do Ministério da Educação aponta também que o país tem 2,3 milhões de professores atuando em 179,2 mil escolas de educação básica.

Em relação aos diretores de escola, dos 163.987 profissionais que fazem a gestão das unidades, 80,6% são do sexo feminino e 91,4% têm formação superior.

Apenas 22,6% dos diretores possuem curso de formação continuada, com no mínimo 80 horas, em gestão escolar, aponta o Censo.

Os dados da pesquisa foram apresentados nesta quarta (9) pelo ministro da Educação, Camilo Santana. O censo é de responsabilidade do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), ligado ao MEC. A divulgação atrasou mais de dois meses.

Em relação a localização, das 47,1 milhões de matrículas nas 179,3 mil escolas de educação básica no Brasil, 398 mil estão em assentamentos. O Censo aponta ainda que existem 294 mil alunos em comunidades indígenas e 279 em comunidades quilombolas.

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QUEDA DE MATRÍCULAS NO ENSINO BÁSICO

No ano passado foram 47,1 milhões de matrículas nas 179,3 mil escolas de educação básica no Brasil.

Esse número representa cerca de 216 mil matrículas a menos em comparação com o ano de 2023, ou seja, uma redução de 0,4%.

Enquanto nesse período a rede pública teve uma queda de aproximadamente 380 mil matrículas, a rede privada de ensino cresceu 1%.

Os municípios respondem por 49,1% dos alunos, e a rede privada, por 20,2%. Na educação básica, a União tem uma participação menor que 1%.

78,1 MIL CRECHES EM FUNCIONAMENTO NO BRASIL

Em 2023, o atendimento de crianças de até 3 anos foi de 38,7% do público alvo, o que representa uma alta de 3,7 pontos percentuais em relação ao número de vagas de 2019 (período pré-pandemia).

De 2023 para 2024, o número de crianças matriculadas em creches aumentou apenas 1,5%, passando de 4,12 para 4,18 milhões de alunos.

O Censo Escolar de 2024 registrou 78,1 mil creches em funcionamento com 33,1% dos alunos na rede privada, num total de 1,38 milhões de crianças. Na rede pública, o número de alunos é de 2,8 milhões.

Dos alunos de creches públicas, 99,8% estão matriculados em escolas municipais.

Pela primeira vez, o número de crianças pretas e pardas ultrapassou o de brancas que são atendidas nas creches. Dos 4,18 milhões de alunos nessa etapa, 1,6 milhão são brancos e 1,68 milhão são negros.

DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Na pré-escola, que atende crianças de 4 e 5 anos, não apenas não houve avanço, mas o país ainda retrocedeu e registrou queda de matrículas.

Em 2024, o país tinha 34.079 alunos a menos nessa etapa —uma queda de 0,7% em relação a 2023.

A rede privada responde por 22,1% dos alunos da pré-escola.

PANORAMA DO ENSINO FUNDAMENTAL

Segundo os dados do Censo, com 10,1 milhões de alunos, a rede municipal registra 69,7% das matrículas dos anos iniciais do ensino fundamental e concentra 86,8% dos alunos da rede pública.

Ainda de acordo com a pesquisa, 99,5% das crianças entre 6 e 14 anos frequentam escola.

O ensino fundamental concentra, ao todo, 26 milhões de alunos.

Foram registradas 11,5 milhões de matrículas nos anos finais desta etapa de ensino em 2024, o que representa uma queda de 1,5%.

A rede estadual de ensino possui 4,5 milhões de alunos, 39,3% do total de matrículas dos anos finais do ensino fundamental.

PANORAMA DO ENSINO MÉDIO

As redes públicas do país registraram no ano passado um total de 6.759.848 matrículas, com um leve aumento em relação ao ano anterior (quando eram 6.690.396 alunos).

Ao se observar a idade dos estudantes no ensino médio, também há pequenos avanços. No ano passado, 87% dos matriculados em escolas públicas tinham até 17 anos, idade ideal para a etapa. Em 2019, antes da pandemia, esse percentual era de 82%.

A maioria absoluta dos estudantes de ensino médio da rede pública (96%) está em escolas estaduais: um total de 6,45 milhões. O restante é vinculado a unidades federais e municipais.

O ensino médio público representa 87% do total de alunos da etapa em 2024. O restante está em escolas privadas: 1.030.548 alunos.

O Brasil tinha em 2024 um total de 47.088.922 alunos na educação básica como um todo —que vai da creche ao ensino médio. Isso considerando todas as redes, públicas e privadas.

EDUCAÇÃO ESPECIAL MAIS DO QUE DOBROU NO BRASIL

O número de alunos matriculados na educação especial mais do que dobrou no Brasil na última década.

Em dez anos, o número de alunos com transtorno do espectro autista cresceu mais de 20 vezes nas escolas do país.

O número de alunos na educação especial passou de 930,6 mil, em 2015, para 2,07 milhões de alunos, no ano passado, sendo que 92,6% deles estudam em classes comuns.

O maior aumento ocorreu entre os que têm diagnóstico do transtorno do espectro autista.

Em 2015, eram 41.194 alunos com autismo. No ano passado, esse número chegou a 884.403 —um aumento de mais de 20 vezes.

AVANÇO DO ENSINO INTEGRAL

Os resultados mostram que o país tinha, no ano passado, 1,56 milhão de alunos do ensino médio estudando em tempo integral na rede pública —o que representa 23,1% do total de matrículas dessa etapa.

O número é duas vezes superior ao que era registrado há dez anos, quando o país tinha 477 mil alunos em tempo integral.

CRESCIMENTO DO ENSINO PROFISSIONALIZANTE

Outra meta não alcançada, apesar de o país ter avançado, foi a que previa triplicar as matrículas na educação profissional técnica de nível médio.

Na época da implementação do plano, o país tinha 1,6 milhão de matrículas nessa modalidade, assim o país deveria ter alcançado no ano passado a marca de 4,8 milhões de matriculados.

Segundo o Censo Escolar, em 2024, o país tinha 2,38 milhões de matrículas de nível médio no ensino técnico.

Assim, o Brasil alcançou a marca de 13% dos estudantes de ensino médio cursando o ensino técnico. A média dos países da OCDE, clube de países ricos, é de cerca de 40%.

ENCOLHIMENTO DA EJA (EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS)

O Brasil teve um encolhimento da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Desde 2019, foram quase 1 milhão de matrículas a menos. De 3,2 milhões houve queda para 2,3 milhões.

Na rede pública, as matrículas caíram 28,5% desde 2019. Enquanto na rede particular, a queda foi de 5,2%.

Segundo o documento divulgado pelo MEC, de 2021 para 2022 180 mil alunos do ensino fundamental e 140 mil do ensino médio migraram para a EJA.

Em geral, estes são alunos com histórico de retenção e que buscam mudar de modelo de ensino para concluir o processo educacional.

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